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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Fertilizante inteligente: ganhos econômicos e ambientais

Um produto inédito, batizado de fertilizante inteligente, pode criar um novo paradigma para o agronegócio do Brasil. Desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná, o fertilizante tem o objetivo de substituir os atuais fertilizantes solúveis, como a ureia. De acordo com o professor Antônio Salvio Mangrich, coordenador da equipe, a grande diferença é que o novo fertilizante é misturado com argila, o que facilita a sua fixação no solo e evita o desperdício por lixiviação. A mistura não evapora porque suporta até 150ºC sem se degradar e vai sendo diluído aos poucos pela água da chuva e da irrigação. O produto deve chegar ao mercado em dois anos.
Como o novo fertilizante não é solúvel, há dois benefícios principais: econômico e ambiental. Ele vai custar a mesma coisa do que a ureia, mas vai fixar nas plantas todo o nitrogênio adicionado, sem perdas por causa de evaporação ou chuva. Pelo mesmo motivo (a estrutura diferenciada), ele não vai escorrer para os rios e córregos, evitando a geração de danos ambientais.
— Nós desenvolvemos este fertilizante de liberação lenta para tornar o agronegócio brasileiro economicamente mais viável e ambientalmente mais adequado. A ureia, por exemplo, que é o fertilizante nitrogenado mais usado na agricultura, chega a perder de 60% a 70% com a lixiviação ou por evaporação do calor por ser solúvel. Uma das principais fontes de poluição de água no mundo são os fertilizantes nitrogenados que são lixiviados para lagos, rios e lagoas, tomando todo o oxigênio da água e causando a mortalidade dos animais, como peixes. Eles acabam tornando estas águas praticamente improdutivas e isto não ocorre com o nosso fertilizante — explica o professor.
A expectativa do professor é que o novo fertilizante chegue ao mercado em, no máximo, dois anos. Segundo ele, vai depender da empresa Ouro Fino Negócios, que está negociando a patente e já começou os testes de campo para ter dados conclusivos de produtividade. O produto pode ser usado em qualquer cultura, do pequeno até o grande produtor, desde hortas caseiras até culturas de grandes lavouras.
— O novo fertilizante é extremamente adequado para o nosso solo, porque desenvolvemos, aqui na Universidade do Paraná, tecnologias para a realidade dos solos brasileiros. O solo brasileiro é muito intemperizado por causa do nosso clima, o que faz dele pobre e com pouca possibilidade de prender os fertilizantes que são adicionados, exceto os de fósforo, mas nitrogênio e potássio têm pouca aderência — diz Mangrich.
Fonte: Dia de Campo

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