Entre em Contato: inovacaoagricola@gmail.com

terça-feira, 30 de março de 2010

Área e tecnologia ampliam safra de grãos do MaToPiBa

Lavouras de soja e milho ganham espaço e produtividade ano a ano. Juntos, os quatro estados cultivam 3,5 milhões de hectares e devem colher 9 milhões de toneladas de grãos neste ano
A expansão da soja no Centro-Norte do país redesenha a geografia do agronegócio brasileiro. A região responde por cerca de 10% dos grãos produzidos no país e, ano a ano, se firma como a mais promissora fronteira agrícola nacional. A locomotiva do crescimento é o MaToPiBa, um gigantesco pedaço de Cerrado que engloba as regiões com aptidão para produção de grãos dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Em meio à vegetação nativa, lavouras de soja e milho se misturam à paisagem e ganham espaço a cada safra. Há dez anos, as duas culturas ocupavam menos de 1 milhão de hectares nesses quatro estados, conforme as estatísticas oficiais. Hoje, soja e milho cobrem 3,5 milhões de hectares, segundo a Expedição Safra RPC.
Nos últimos cinco anos, o plantio de grãos tem crescido cerca de 5% ao ano na região, calcula Max Bomfim, gerente de originação da trading maranhense Ceagro. Projeções da Ceagro e da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) indicam que os quatro estados ainda teriam outros 7,5 milhões disponíveis à agricultura. Se toda essa extensão fosse aberta, a área total de grãos do MaToPiBa ultrapassaria os 10 milhões de hectares.
O ritmo do avanço da nova fronteira, sujeito a variáveis como preço e mercado, ocorre de forma planejada pelos produtores. Um exemplo é Condomínio Boa Esperança, em Baixa Grande do Ribeiro, no Piauí, que no próximo ano pretende somar mais 1 mil hectares aos 6,8 mil hectares de cultivo atuais. O gerente Giordano Rickri conta que o condomínio tem outros 3,2 mil hectares passíveis de produção. “O planejamento é incorporar 1 mil hectares por ano, meta que vai depender do comportamento do mercado.” Em Nova Santa Rosa, distrito do município de Uruçuí, também no Piauí, não é diferente e a abertura de áreas não para. Wilson Marcolin incorporou 160 hectares neste ano e quer abrir mais 120 na próxima temporada, elevando sua área total de cultivo para 950 hectares.

Tecnologia
Além da incorporação de área, a expansão da agricultura no Centro-Norte sustenta-se em ganhos de produtividade. É comum encontrar no MaToPiBa rendimentos que não deixam nada a desejar às lavouras de soja em Toledo (Oeste) ou de milho em Guarapuava (Campos Gerais), lideres em produtividade no Paraná.
Quando o solo não ajuda muito, como na propriedade de João Damasceno de Sá Filho, de Pedro Afonso, no Piauí, entra então a tecnologia. Ele encontrou na agricultura de precisão o caminho para driblar as deficiências naturais do solo. Plantou seus quase 1,2 mil hectares de soja com invstimento de ponta, para colher até 3,6 mil quilos por hectare. Com 50% da area colhida, afirma que vai fechar a safra com média ligeiramente inferior, próxima de 3,5 mil quilos por hectare.
O rendimento foi comprometido pelo ataque de pragas e doenças de final de ciclo. Ainda assim será a sua melhor produtividade desde 1992, quando começou a plantar soja na região. “A minha primeira lavoura de soja rendeu menos de 2,3 mil quilos por hectare. Agora, já faz nove anos que não colho menos que 3 mil quillos”, lembra Sá Filho.
Apesar do reinado absoluto da soja, tem quem invista para obter altas produtividades de milho no na região. Na propriedade de Albino Rossato em Luis Eduardo Magalhães, na Bahia, o cereal que antes era plantado só para rotacionar culturas e fortalecer o solo agora gera renda. As lavouras ocupam quase 20% da área de cultivo e devem render a Rossato quase 11 mil quilos por hectare.
Resultados como os de Sá Filho e Rossato compensam relatos de perdas causadas por veranicos em outras áreas, como pontos isolados do Maranhão e da Bahia, e sustentam a safra cheia prevista para o MaToPiBa na temporada 2009/10. Entre soja e milho, a região deve colher neste ano 9 milhões de toneladas. Há apenas uma década, colhia pouco mais 3 milhões de toneladas de grãos. Fonte(s):
Fonte: Gazeta do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário