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terça-feira, 16 de março de 2010

Milhões de metros cúbicos de água por ano são economizados com o sistema de gotejamento

Concebido para atender pequenos produtores de frutas, o perímetro irrigado Mandacarú, em Juazeiro, na Bahia, opera com uma infra-estrutura comunitária implementada pelo Governo Federal desde 1971. Por meio de recursos alocados junto ao Ministério da Integração, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba (Codevasf) iniciará o processo de conversão do modelo de irrigação parcelar por sulcos em microaspersão e gotejamento.
Frederico Orlando Calazans Machado, Secretário Executivo da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação, revela que a bem sucedida experiência conduzida por um fruticultor local deu base à elaboração do projeto, vencedor do prêmio Eco 2009 pelo grande potencial de uso racional de água e economia de energia.
A irrigação por sulco não é apropriada para o solo da região por causa da falta de controle do uso da água, que acarreta salinização e assoreamento da parte onde os drenos coletores desembocam no rio São Francisco. Nós observamos isso devido ao carreamento de partículas superficiais do solo e a concentração de resíduos de agroquímicos nesses drenos, que podem causar poluição difusa, afetando a qualidade dos frutos. Com o acompanhamento da experiência na propriedade desse produtor local, que também é engenheiro agrônomo, constatamos a reversão do processo de deterioração e redução da erosão laminar. A economia de água chegou a cerca de 52% da água bombeada normalmente — menciona Machado.
Dependendo da cultura, o custo da irrigação pode variar entre 4% e 12% do investimento, então esses resultados impactam diretamente os custo de produção. Outra questão importante é que a melhoria na qualidade da colheita pode proporcionar um certo incremento de renda aos produtores. A expectativa é que a redução de gastos com energia no perímetro chegue a 36%.
 Responsável apenas pela área comum aos 54 lotes divididos em 400 hectares, a Codevasf desenvolveu o processo licitatório em convênio com a entidade gestora do perímetro (Distrito de Irrigação). O novo modelo contará com tarifação por meio de relógios de medição, construção de reservatórios, estações de bombeamento nos lotes e capacitação pessoal. Além disso, será instalada uma estação meteorológica automatizada para definir lâminas e turnos de rega a serem adotados — revela ele.
Entre outras fruteiras, foram feitas projeções e balanços hídricos relativos à acerola, banana, coco, caju, goiaba, mamão, manga, maracujá e melão. Em geral, não haverão mudanças drásticas de cultivo, mas sim algumas reorganizações com culturas temporárias. O sucesso da migração deve economizar, em média, quatro milhões e quatrocentos mil metros cúbicos de água por ano.
Fonte: Portal Dia de Campo

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